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Espelho
O que de mim me parece alheio
Causa-me espanto.
Como suportar o que desconheço?
O diferente fala de tudo o que penso não ser,
Dá-me a clara noção do meu limite
E por isso o temo,
Mas se me atrevo...
Se o desejo de transpor as barreiras
Impostas pelos preconceitos
Vence as cercas ignóbeis
De uma cultura tosca,
Então o desapego de raízes
Que falam de separação e medo
Súbito acontece
Carregando consigo
A possibilidade do encontro
A dádiva sublime de aprender
Com o outro
Espelho meu
E como eu humano.
As semelhanças nos unem, mas as diferenças nos enriquecem e nos transformam.
Otilia B. Rosario
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